terça-feira, 26 de março de 2013

ABRAÇO



Um pardal cata farelo de pão à minha mesa.
O vento fresco prenuncia chuva.
Um ciclone se forma no céu, inusitado.
Um homem grita loucamente na madrugada.
As prostitutas são seres tristes, muito tristes.
A estação chega ao seu fim.
Na pia do banheiro a violeta floresce, majestosa.
A poeira do asfalto é preta.
Nas horas  vagas os barbeiro pinta quadros a óleo.
No fim da tarde, uma calçada impessoal revela súbito duas paredes de vidro que se abraçam num enlace luminoso, espetacular.

ĈIRKAŬBRAKO

Pasero bekas panerojn sur mia tablo.
Freŝa vento antaŭanoncas pluvon.
Ventokirlo formiĝas en la ĉielo, neatendita.
Homo freneze krias en malfrua nokto.
Putinoj estas malĝojaj, tre malĝojaj estuloj.
La sezono atingas sian finon.
Sur la lavkuvo, en la banejo, violo ekfloras, majesta.
Polvo de asfalto estas nigra.
En liberaj horoj la barbiro pentras olefarbajn bildojn.
Fine  de la tago, indiferenta trotuaro subite montras du vitrajn murojn, kiuj sin reciproke ĉirkaŭbrakas, per spektakla, luma interpreno.

Um comentário:

  1. Do grego, kalós 'belo' + eîdos 'forma' + -skopeîn 'olhar'. Um belíssimo calidoscópio poético. Usando versos como diversos gêneros textuais, o Poeta tece um comovente e original fotopoema.

    El la greka lingvo, kalos 'bela' + eidos "formo" +-skopein 'rigardo'. Bela poezia kalejdoskopo. La poeto teksas emocian kaj originalan fotopoemon.

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