segunda-feira, 13 de outubro de 2014

METADE





Construí  minha casa pela metade.
Paredes de metro e meio,
as portas sem fechadura,
escadas sem corrimão.
A mesa não tem cadeiras,
o prato não tem talher.
Há no quintal meia horta
e meia lua no céu.
Nessa casa de meeiro
habita pela metade
metade do meu desejo,
as minhas meias palavras.
Só permanece o meu sonho,
inteiro, inteiro, inteiro.


DUONO

Mi konstruis mian domon ĝis la duono.
Unu metron altaj muroj,
la pordoj sen la seruroj,
ŝtuparoj sen apogiloj.
La tablo ne havas seĝojn
telero sen manĝilaro.
En korto, ĝardenduono,
sur ĉiel’ duon’ de lun’.
En tia domo duono
de homo duone vivas,
duone laŭ la deziro,
duone laŭ siaj vortoj.
Kompleta restas nur revo,

kompleta,kompleta, kompleta.

5 comentários:

  1. Bela poemo! Tia sento de nekompleteco estas unu el la sekretoj de veraj poetoj.
    Gratulon, Paŭlo!

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  2. Ho, poeto... mi tute akordigas kun via frato: via poemo estas emocia...
    Gratulon!

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  3. Analogia com Álvaro de Campos: "Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada. / À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." Tabacaria, Fernando Pessoa.

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