Foto PSV, dez. 2017
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A vida é como o rastro que o
navio
desenha à superfície do
oceano,
caminho passageiro e fugidio
que o mar de vagas varre,
soberano.
É feito só de espuma, puro
engano,
o belo, luminoso, luzidio
traçado sobre a água azul.
Insano
querer que pelo mar corresse
um rio.
Assim serão os fatos desta
vida,
dos quais nenhum resquício há
de ficar,
por mais que luminosa e
apetecida.
Deixemo-los, que vão se
desmanchar,
olhemos só à proa, atrevida,
que o importante, mesmo, é
navegar.
LA SPURO
La vivo ŝajnas ia ŝipospuro
dum irado sur vasta oceano:
ĝi lasas blankan vojon dum la kuro
sed tuj malfaras ĝin la mara mano.
Ĉar trompa estas tia ŝaŭma lano
tre bela, hela, brila, luma puro
strekita sur la blua ondekrano
- sed baldaŭ malaperas
vojkonturo.
Similaj estas faktoj dum la vivo,
ĉar ĉiujn la forgeso tuj forlavas,
spit´ al ties ĝuo kaj motivo.
El tiuj la destin´ neniun savas.
Al pruo do rigardu dum la drivo,
ĉar fakte nur la ŝipirado gravas.
Belíssimo soneto! O último verso caiu-lhe muito bem! Mas é triste., tristíssimo.
ResponderExcluirPripenso naskita de dolora saŭdado fariĝas
ResponderExcluirbelega, fajna soneto: "fakte nur la ŝipirado gravas."
Vejo Pessoa em você, meu amigo querido...
ResponderExcluir"Finge não ser dor, a dor que deveras sente."
Deus o abençoe.