P.S.V. 2017
“In my solitude
You haunt me
With dreadful ease
Of days gone by
You haunt me
With dreadful ease
Of days gone by
In my solitude
You taunt me
With memories
That never die”
You taunt me
With memories
That never die”
(Em minha solidão, tu me
persegues com a facilidade terrível do tempo que passou. Em minha solidão, tu
zombas de mim com as lembranças que nunca morrem.)
Literatura e música são
irmãs siamesas. Leio o surpreendente romance-mosaico de Evandro Affonso Ferreira “Não tive nenhum prazer em conhecê-los” e
absorvo do personagem a obsessão por Billie Holiday. Essa moça deve estar no
Céu.
Ouço
repetidas vezes sua voz delicada que sonha em modulações sutis. Um toque de
ingenuidade, uma pitada de malícia, uma dose de sensualidade. Casa bem com o
nonagenário rabugento do livro, que
guarda um coração sensível no peito só de lembranças. O velho se salva com
palavras; a cantora, com timbres.
Tenho
para mim que grandes artistas são sempre grandes solitários.
SANKTA BILLIE
“In my solitude
You haunt me
With dreadful ease
Of days gone by
You haunt me
With dreadful ease
Of days gone by
In my solitude
You taunt me
With memories
That never die”
You taunt me
With memories
That never die”
(En mia soleco, vi hantas
min kun la terura facileco de la tempo, kiu pasis for. En mia soleco, vi mokas
min per rememoroj, kiuj neniam mortas.)
Literaturo
kaj muziko estas siamaj fratoj. Mi legas la mirigan mozaik-romanon de Evandro
Affonso Ferreira “Não tive nenhum prazer em conhecê-los” (“Mi havis nenian plezuron koni vin”) kaj mi ensorbas el la
romanfiguro obsedon pri Billie Holiday. Tiu junulino devas esti en la Ĉielo.
Mi aŭskultas
denove kaj denove ŝian
delikatan voĉon,
kiu revas per subtilaj sonondoj. Tuŝo de
simplanimeco, eta kvanto da malnaivo, dozo da senso. Ĝi
bone kongruas kun la naŭdekjara
malbonhumorulo en la libro, kiu konservas senteman koron el rememoroj. La
maljunulo sin savas per vortoj; la kantistino, per voĉtembroj.
Mi
pensas, ke grandaj artistoj estas ĉiam
grandaj soluloj.
Dizem que quando o escritor é bom consegue fazer, em nós leitores, que projetemos em nossas mentes a imagem do que se está escrevendo. Penso que sua postagem exemplifica e ratifica isto, pois, além de uma projeção mental, você a transferiu para o papel. Muito legal!
ResponderExcluirUm livro estranho, escrito para poucos, é capaz de produzir grandes efeitos num bom leitor. Bem como um ótima cantora. Beleza de texto, Paulo. E ilustrado!
ResponderExcluirBrile! Vi instigis min legi la romanon... Mi amegas la dian voĉon de la ege talenta ĵazkantistino Billie Holiday!
ResponderExcluirConfesso que li e gostei muito, todavia, foi por sua indicação que sempre nos conduz a boas leituras.
ResponderExcluirMi ankoraŭ ne konas la romanon, sed vi donis al mi plurajn motivojn por deziri legi ĝin.
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